sábado, 11 de fevereiro de 2006

MITOS E VERDADES SOBRE ADOÇANTES

O Dr. Carlos Werutsky apresentou, recentemente, dados científicos a respeito do uso nutricional de adoçantes.

De acordo com a ADA (American Diabetes Association, 2002), os adoçantes são seguros quando consumidos dentro dos níveis de IDA (ingestão diária aceitável) estabelecidos pelo FDA (Food and Drug Administration, EUA).

O Brasil segue normas de ingestão diária aceitável estabelecida pelo Jecfa (Joint Expert Comittee on Food Additives), comitê de especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) na avaliação de aditivos alimentícios.

Dentre os edulcorantes aprovados para consumo no Brasil estão o aspartame, acesulfame-K, ciclamato, sacarina e sucralose (artificiais) e o sorbitol, manitol, isomalte, esteviosídeo, lactitol e xilitol (naturais).

Pode-se observar que a tolerância no consumo dos edulcorantes está relacionada não somente ao valor da IDA em si, mas também à quantidade que se faz necessário usar na prática dadas as particularidades de adoçar os diferentes alimentos.

Se levarmos em conta que esses edulcorantes entram na composição de alimentos e bebidas em forma composta, o consumo de cada um deles resulta em afastamento ainda maior do limite calculado com base na IDA, o que amplia a margem de segurança no consumo de alimentos e bebidas chamadas "LIGHT".

O aspartame foi descoberto por Schlater em 1965 e aprovado pela FDA em 1981. Sua molécula é composta por fenilalanina e ácido aspártico (aminoácidos) esterificados com o metanol, apresentando capacidade de adoçar 200 vezes mais intensamente que o açúcar.

O aspartamente é metabolizado tal como as proteínas, resultando em aminoácidos individuais que o compõem, mais um resíduo de metanol (10%).
Alimentos como o peixe e o frango têm mais de dez vezes a fenilalanina contida em uma bebida somente adoçada com aspartame.

As pessoas que nascem com fenilcetonúria, uma rara deficiência do metabolismo da fenilalanina, devem evitar não só o aspartame, mas todo alimento que seja fonte desse aminoácido. Mais de 100 estudos sobre a segurança do aspartame foram realizados à época de sua aprovação pela FDA, atestando a sua segurança como edulcorante para uso em alimentos e bebidas.

Uma variedade de sites na internet (Zehetner, 1999) veiculou o aspartame como causador de várias doenças. Nenhuma evidência científica associou algum desses problemas de saúde com o consumo de aspartame.

A European Food Safety Authority (EFSA) concluiu que não vê a necessidade de rever seu parecer anterior sobre a segurança do aspartame, nem da revisão do seu limite de consumo diário.

No Brasil, A Gerência Geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) manifestou sua posição: "À luz do conhecimento atual, não existem razões de saúde pública, com base científica, para a adoção de uma medida sanitária relativa à proibição de aspartame em alimentos ou recomendação de mudança na dieta da população pela ANVISA" http://www.anvisa.gov.br.

Os edulcorantes, que entram na composição de adoçantes de mesa e demais alimentos e bebidas diet, fazem parte da dietoterapia na prevenção e/ou tratamento da síndrome metabólica, da obesidade e do diabetes, doenças que crescem em incidência a ponto de serem consideradas epidemias mundiais, e que levam a altas taxas de morbi-mortalidade.