Geraldo Medeiros
A contínua “conversa” entre o estômago e o cérebro
A sensação de fome surge, como todos sabemos, depois de um período sem alimentação de várias horas sendo, popularmente, definida por frases como “meu estômago está roncando”, “sinto um vazio na barriga” e por aí vai. Portanto desde há séculos já se sabia que o nosso aparelho digestivo, de alguma forma, envia sinais para a área cerebral avisando que falta comida. Algumas pessoas podem passar longas horas sem comer, sempre atarefadas, absorvidas em suas atividades, pressionadas para terminar uma tarefa, um projeto, um importante trabalho. Nestas ocasiões o sinal do estômago pode estar falhando, mas o mais provável é que o cérebro, nosso computador central estaria tão ocupado, tão ativo e tão concentrado no projeto, no trabalho, que deixa de receber os sinais desesperados do estômago vazio. Mas no comum de todos os dias a maioria das pessoas acorda e, após a higiene pessoal, se dirige à mesa para o café da manhã, o qual pode ser frugal (o mais comum em nossos hábitos alimentares) ou muito copioso (como “break-fast” dos anglo-saxões). Não é raro o comentário de crianças, adolescentes e pessoas adultas de afirmarem “nada como de manhã, não tenho fome”. Possivelmente os sinais do estômago não estão sendo emitidos ou o sistema central já se acostumou com a ideia de que não é necessário comer pela manhã. Estas pessoas estão totalmente erradas sob o ponto de vista nutricional. O sistema metabólico, pela manhã, ainda está lento após horas de sono. Para que inicie os procedimentos de “queima” calórica, é necessário que o alimento chegue ao tubo digestivo.