terça-feira, 21 de novembro de 2017

Comer de 3 em 3 horas emagrece?

Geraldo Medeiros

A contínua “conversa” entre o estômago e o cérebro

A sensação de fome surge, como todos sabemos, depois de um período sem alimentação de várias horas sendo, popularmente, definida por frases como “meu estômago está roncando”, “sinto um vazio na barriga” e por aí vai. Portanto desde há séculos já se sabia que o nosso aparelho digestivo, de alguma forma, envia sinais para a área cerebral avisando que falta comida. Algumas pessoas podem passar longas horas sem comer, sempre atarefadas, absorvidas em suas atividades, pressionadas para terminar uma tarefa, um projeto, um importante trabalho. Nestas ocasiões o sinal do estômago pode estar falhando, mas o mais provável é que o cérebro, nosso computador central estaria tão ocupado, tão ativo e tão concentrado no projeto, no trabalho, que deixa de receber os sinais desesperados do estômago vazio. Mas no comum de todos os dias a maioria das pessoas acorda e, após a higiene pessoal, se dirige à mesa para o café da manhã, o qual pode ser frugal (o mais comum em nossos hábitos alimentares) ou muito copioso (como “break-fast” dos anglo-saxões). Não é raro o comentário de crianças, adolescentes e pessoas adultas de afirmarem “nada como de manhã, não tenho fome”. Possivelmente os sinais do estômago não estão sendo emitidos ou o sistema central já se acostumou com a ideia de que não é necessário comer pela manhã. Estas pessoas estão totalmente erradas sob o ponto de vista nutricional. O sistema metabólico, pela manhã, ainda está lento após horas de sono. Para que inicie os procedimentos de “queima” calórica, é necessário que o alimento chegue ao tubo digestivo.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Bócio: tireoide aumentada de tamanho

Geraldo Medeiros

A tireóide pode aumentar de tamanho se faltar iodo

A tireóide, glândula situada na região cervical anterior, logo abaixo da cartilagem de mesmo nome (chamada de “Pomo de Adão”) foi, pela primeira vez, descrita com detalhes anatômicos pelo genial artista, pensador, inventor e filosofo Leonardo da Vinci. O desenho de Leonardo mostra, nitidamente, a glândula tireóide, em forma de “borboleta”, situada entre as duas artérias que levam o sangue para o cérebro (carótidas). Naquela ocasião, no século XVII pouco (ou nada) se sabia das funções desta importante glândula.

Mas o conhecimento de que a tireóide podia se mostrar aumentada, volumosa, fazendo-se saliente no pescoço é muito antigo. Os chineses já sabiam que em regiões montanhosas da CHINA, muitas pessoas tinham o “pescoço grosso, entumescido”. Empiricamente a Medicina chinesa tratava estes pacientes com “esponja do mar” que hoje sabemos conter iodo. Um historiado romano, Juvenal, ao acompanhar as tropas do exército romano que partiam para consolidar a conquista da Gália (atual França) observou que os habitantes dos Alpes apresentavam grande volume no pescoço que se denominava de “Guttur”, vocábulo em latim que deu origem à “goiter, goitre”. Em português chama-se BOCIO ou Papo. Somente no século XIX, após descoberta do iodo (1805) é que se aventou a hipótese de que regiões montanhosas, longe do mar, poderiam ter falta de iodo, o que levaria a glândula tireóide a crescer.