terça-feira, 26 de setembro de 2017

Alimentos do tipo “diet” e “light”

Geraldo Medeiros

O significado nutricional dos alimentos “diet” e “light”

Existe uma natural confusão entre o alimento tipo “diet” e os que são denominados de “light”. Ambos os vocábulos são emprestados do idioma inglês, mas a tentativa de traduzir para “alimento dieta” e “alimento leve” não pegou. Todos falam de “diet” e “light” e a maioria dos consumidores associa a estas qualificações como sendo de produtos de BAIXAS CALORIAS e, consequentemente, recomendados para pessoas que desejam perder alguns “quilinhos”. Ledo engano! Alguns alimentos “diet” surpreendentemente podem ter mais calorias que o produto original. Para que esta confusão, tão comum e difundida, possa ser esclarecida é necessário que voltemos às Resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na qual se reserva o termo “diet” para dois tipos de alimentos:

1. Alimentos para dietas de diabéticos, obesos, hipertensos, com doença renal ou cardíaca crônica (entre outros tipos de moléstias) nos quais existe restrição de algum nutriente importante nos produtos alimentícios indicados para a saúde dos pacientes acima referidos. Por exemplo: alimento no qual se retirou o açúcar e se adicionou o adoçante não calórico. Este alimento pode ser receitado ou recomendado para diabéticos. Os que têm doença renal crônica irão precisar de alimentos com baixo teor de proteína e sódio. Os hipertensos precisam controlar a ingestão de sódio.

2. Ainda dentro dos alimentos “diet” se colocam os que são destinados aos que têm excesso de peso e desejam ter alimentos com restrição de alguns nutrientes tais como carboidratos e açúcares. Os alimentos “diet” restritos em carboidratos (pães, balas, chocolates) podem ter, no máximo 0,5 grama de açúcar por 100g de alimento. Os alimentos restritos em gordura, como o iogurte desnatado, devem ter 0% (zero) de gordura. Os restritos em proteínas devem, também, ser isentos deste nutriente. É importante que fique bem claro que nem todos os alimentos “diet” apresentam diminuição significativa de CALORIAS e, portanto, são uma “armadilha” nutricional para quem quer emagrecer. Um exemplo clássico é o chocolate “diet” no qual o açúcar foi substituído por adoçante. Muitas vezes para torná-lo mais palatável o fabricante adiciona gordura o que o faz mais calórico do que o chocolate normal. O chocolate “diet” é indicado para os diabéticos, mas não há vantagem para quem quer perder peso.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

A temida Celulite Feminina

Geraldo Medeiros

A definição de celulite é controversa

Existe uma definição feminina, ou apontada pelas “amigas”, que é vaga e imprecisa. Basta a mulher ter umas pequenas depressões na região das coxas (região também chamada “culote”), que logo se instala a “neura” da celulite. Nos meios médicos a celulite seria uma alteração dos tecidos que sustentam a pele, afetando o sistema celular que dá origem a fibroblastos, que serão transformados em fibras formadoras do arcabouço de apoio ao conjunto de células subcutâneas (adiposas, vasculares, nervos, músculo). Os médicos dão o nome de “celulite” a fenômenos que, basicamente, são lipoesclerose ou fibro-edema ginoide.

Estes nomes complicados se traduzem por excesso de gordura (muitas células adiposas) e aumento de tecido fibroso subcutâneo (para a “celulite” tipo lipoesclerose). Na segunda denominação se encontra novamente o excesso de tecido fibroso, surge o edema (muito líquido) e se agrega a palavra ginoide, isto é, alteração dermatológica própria da mulher.


As causas da celulite da mulher

Como a “celulite” é raramente observada no sexo masculino, esta manifestação cutânea é um “fantasma” na vida feminina. A deformação estética seria a soma de várias alterações no subcutâneo, talvez iniciadas por uma nutrição deficiente das células que dão firmeza e sustentam o subcutâneo. É provável que alterações da microcirculação subcutânea leve a alterações com “morte celular” devido a menor oxigenação. A célula que morre é substituída por tecido fibroso o qual irá provocar pequenas depressões no tegumento cutâneo. Os adipocitos (células que contém gordura) são essenciais para manter a textura do subcutâneo, pois, devido a sua elasticidade, permitem uma pele bem lisa e “esticada”. No caso de excesso de adipocitos (alimentação exagerada, compulsão por doces / chocolates, bebidas alcoólicas em exagero) os adipocitos se multiplicam debaixo da pele, formando verdadeiras “ilhas” de gordura que irão deformar a pele. Outro problema sério é o desequilíbrio hormonal feminino. A falta de ovulação mensal, o excesso de hormônio feminino (estradiol), a eventual geração de hormônios com ação masculinizante, em seu conjunto podem alterar a população celular subcutânea, induzir mais fibrose, alterar a micro vascularização e conduzir ao aspecto cutâneo irregular, por compressão de vasos locais, aumento do tecido adiposo, provocando as conhecidas ondulações na pele.