Geraldo Medeiros
O significado nutricional dos alimentos “diet” e “light”
Existe uma natural confusão entre o alimento tipo “diet” e os que são denominados de “light”. Ambos os vocábulos são emprestados do idioma inglês, mas a tentativa de traduzir para “alimento dieta” e “alimento leve” não pegou. Todos falam de “diet” e “light” e a maioria dos consumidores associa a estas qualificações como sendo de produtos de BAIXAS CALORIAS e, consequentemente, recomendados para pessoas que desejam perder alguns “quilinhos”. Ledo engano! Alguns alimentos “diet” surpreendentemente podem ter mais calorias que o produto original. Para que esta confusão, tão comum e difundida, possa ser esclarecida é necessário que voltemos às Resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na qual se reserva o termo “diet” para dois tipos de alimentos:
1. Alimentos para dietas de diabéticos, obesos, hipertensos, com doença renal ou cardíaca crônica (entre outros tipos de moléstias) nos quais existe restrição de algum nutriente importante nos produtos alimentícios indicados para a saúde dos pacientes acima referidos. Por exemplo: alimento no qual se retirou o açúcar e se adicionou o adoçante não calórico. Este alimento pode ser receitado ou recomendado para diabéticos. Os que têm doença renal crônica irão precisar de alimentos com baixo teor de proteína e sódio. Os hipertensos precisam controlar a ingestão de sódio.
2. Ainda dentro dos alimentos “diet” se colocam os que são destinados aos que têm excesso de peso e desejam ter alimentos com restrição de alguns nutrientes tais como carboidratos e açúcares. Os alimentos “diet” restritos em carboidratos (pães, balas, chocolates) podem ter, no máximo 0,5 grama de açúcar por 100g de alimento. Os alimentos restritos em gordura, como o iogurte desnatado, devem ter 0% (zero) de gordura. Os restritos em proteínas devem, também, ser isentos deste nutriente. É importante que fique bem claro que nem todos os alimentos “diet” apresentam diminuição significativa de CALORIAS e, portanto, são uma “armadilha” nutricional para quem quer emagrecer. Um exemplo clássico é o chocolate “diet” no qual o açúcar foi substituído por adoçante. Muitas vezes para torná-lo mais palatável o fabricante adiciona gordura o que o faz mais calórico do que o chocolate normal. O chocolate “diet” é indicado para os diabéticos, mas não há vantagem para quem quer perder peso.