segunda-feira, 20 de abril de 2009

ALIMENTOS DIET E LIGHT. HA DIFERENÇA?

Existe uma confusão natural entre o alimento tipo diet e os que são denominados de light. Ambos os vocábulos são emprestados do idioma inglês, mas a tentativa de traduzir para 'alimento dieta' e 'alimento leve' não pegou.

Todos falam diet e light e a maioria dos consumidores associa essas denominações como sendo produtos de baixas calorias e, consequentemente, recomendados para pessoas que desejam perder peso. Engano! Alguns alimentos diet surpreendentemente podem ter mais calorias que o produto original.

Para que esta confusão, tão comum e difundida, possa ser esclarecida é necessário que voltemos às Resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na qual se reserva o termo diet para dois tipos de alimentos:

1-Alimentos para dietas de diabéticos, obesos, hipertensos, com doença renal ou cardíaca crônica (entre outros tipos de moléstias) nos quais existe restrição de algum nutriente importante nos produtos alimentícios indicados para a saúde dos pacientes acima referidos.
Por exemplo: alimento no qual se retirou o açúcar e se adicionou o adoçante não calórico. Este alimento pode ser receitado ou recomendado para diabéticos.
Os que têm doença renal crônica irão precisar de alimentos com baixo teor de proteína e sódio.
Os hipertensos precisam controlar a ingestão de sódio.

2-Ainda dentro dos alimentos diet se colocam os que são destinados às pessoas com excesso de peso e desejam ter alimentos com restrição de alguns nutrientes tais como carboidratos e açúcares. Os alimentos diet restritos em carboidratos (pães, balas, chocolates) podem ter, no máximo 0,5 grama de açúcar por 100g de alimento. Os alimentos restritos em gordura, como o iogurte desnatado, devem ter 0% (zero) de gordura.

Os restritos em proteínas devem, também, ser isentos deste nutriente. É importante que fique bem claro que nem todos os alimentos diet apresentam diminuição significativa de calorias e, portanto, são uma armadilha nutricional para quem quer emagrecer.

Um exemplo clássico é o chocolate diet no qual o açúcar foi substituído por adoçante. Muitas vezes para torná-lo mais palatável o fabricante adiciona gordura o que o faz mais calórico do que o chocolate normal. O chocolate diet é indicado para os diabéticos, mas não há vantagem para quem quer perder peso.

Os alimentos light têm redução de algum nutriente

A definição de alimento light se refere a produtos comestíveis, industrializados, nos quais houve retirada mínima de 25% de algum nutriente ou de calorias comparado com o alimento normal ou convencional. Em outras palavras: não há retirada total do nutriente ou redução completa de calorias.

Os alimentos light podem não ser indicados para pessoas que têm colesterol elevado (a gordura não foi totalmente afastada). Alguns pacientes que não podem comer determinados nutrientes como o aminoácido que é a base do adoçante aspartame (fenil-alanina). Outro esclarecimento a respeito de alimentos light: podem ter redução de 25% de gordura, ou carboidrato, mas conservam teor elevado de sódio (o que não será saudável para hipertensos). Um tipo de bebida light muito difundida é o refrigerante no qual o açúcar foi totalmente removido e substituído por adoçante.

Tal bebida é recomendada tanto para obesos(as) como diabéticos. Outro grande engano das pessoas preocupadas com o peso é a quantidade do alimento light a ser consumida. Por se tratar de um alimento light, com nível mais baixo de calorias, julga-se que a ingestão deste produto dietético é livre. É uma falha muito grande no caso da pessoa desejar emagrecer, pois se houver consumo superior ao decréscimo de calorias indicado no rótulo, obviamente, não haverá nenhuma vantagem em se deliciar exageradamente com o alimento light.

A confusão entre diet e light é comum

Embora a descrição do que é diet e o que identifica o alimento light é relativamente clara para médicos e nutricionistas, os consumidores têm a tendência natural de confundir os dois nomes e respectiva condição nutricional.

Assim na época da Páscoa, a publicidade dos ovos de chocolate diet provoca um incrível bem estar no gordinho, pois tira a sensação de culpa. 'Só comi um pouquinho de ovo de Páscoa diet que tem poucas calorias e não tem açúcar'. É verdade que não há açúcar, mas como já vimos a gordura do cacau persiste no ovo de Páscoa (bem como um pouco mais de gordura adicionada pelo fabricante).

A indústria alimentícia, fértil em recursos lançou, nesta Páscoa, o ovo de chocolate preparado com soja, isto é, um alimento totalmente light, pois a gordura do cacau foi substituída pela proteína da soja e o açúcar trocado pelo adoçante. Neste caso há redução de calorias e do carboidrato (açúcar) podendo ser ingerido pelos que estão sob dieta hipocalórica para perder peso bem como pelos diabéticos que não podem ter açúcar em suas dietas.

Não sei se o produto é gostoso, mas é uma boa ideia! Outros exemplos de alimentos light que são muito compensadores para quem está em regime hipocalórico. O requeijão de copo comum tem 28 calorias/colher chá e o tipo light apenas 13 calorias. A maionese comum tem 199 calorias e a light, apenas 50 calorias. O iogurte de morango comum tem 172 calorias e o tipo diet, apenas 72 calorias.

O consumidor deve ler atentamente as informações nutricionais nos alimentos que irá adquirir para não ter surpresas em sua dieta.

Por Geraldo Medeiros 20-04-09

segunda-feira, 6 de abril de 2009

CRESCIMENTO INFANTO JUVENIL E SEUS PROBLEMAS

O período da gestação tem muita importância para a estatura final da criança.
Perda da estatura fetal pode levar a criança a se colocar em outra curva de crescimento abaixo do seu potencial genético. O fator nutricional da criança em gestação é primordial para que, ao nascer, ela tenha uma estatura normal.

Neste ponto entra a placenta (órgão que transfere nutrientes da mãe para o feto) como fator muito importante. Uma placenta muito pequena, implantação anômala, alterações vasculares placentárias irão transferir menor quantidade de nutrientes para o feto. Além disso, se a mãe estiver em carência crônica de alimento (fome constante, falta crônica de alimentos) obviamente não poderá transferir ao feto todos os nutrientes que o organismo fetal precisa.

O uso de drogas (cocaína, maconha e outros), o abuso do álcool, o vício do tabagismo, doenças sérias (diabetes, hipertensão) podem causar deficiência ou retardo do crescimento intrauterino. Mas raramente o feto poderá ter alterações genéticas que interferem no crescimento intrauterino. Portanto a criança que nasce já com déficit de crescimento se não for convenientemente tratada poderá não atingir o seu potencial genético estatural.

O crescimento no período pós-natal

Esta fase está extremamente ligada a múltiplos genes (elementos que trazem a herança familiar). Por exemplo, nos gêmeos idênticos (chamados de homozigóticos) pode haver, ao fim do período de crescimento, uma diferença de 3 cm, atribuída a fatores ambientais (tipo de alimento, falta de proteína, doenças contraídas na fase do crescimento). Em gêmeos que não são idênticos (chamados de dizigóticos) a diferença pode ser de 12 cm entre um e outro dependente do sexo feminino/masculino, de aporte de nutrientes, de atividades ao ar livre, do sono noturno contínuo e reparador.

Entre irmãos (do mesmo pai e mãe) a diferença pode ser de 16 cm, devido a menor herança de genes favoráveis a crescimento em um dos irmãos comparativamente ao outro mais baixo. Na população em geral a variação estatural é de 25 a 30 cm (e às vezes maior) por diversos fatores genéticos, nutricionais, moléstias intervenientes.

É óbvio que as crianças que vivem em ambiente desfavorável - com baixa nutrição - irão crescer menos que as que têm bom aporte de alimentos. Claro que o fator genético é importante contribuindo para 80% da estatura final. Mas se faltar "comida" as crianças não irão atingir o seu potencial de altura.

Um dos exemplos mais citados é o Japão do século XIX onde a comida era escassa e não dava para todos. Uma parte dos japoneses imigrou para os Estados Unidos e na geração seguinte, já exibiam estatura bem mais alta que as crianças que tinham ficado no Japão.

Os fatores hormonais normais para crescimento

A glândula hipófise, nossa glândula mestra, secreta vários hormônios importantes entre eles o hormônio de crescimento, chamado pela sua sigla em inglês (GH, growth hormone).

O GH é produzido em picos ou surtos, durante o dia dependente de exercícios, de variações de açúcar do sangue, mas primordialmente do estímulo para a hipófise produzi-lo, que vem do cérebro. Outra característica da produção do GH é que este hormônio é de secreção noturna, isto é, sua maior produção é sempre à NOITE das 21 às 4 horas da manhã.

Quando a criança, por vários motivos, não tem aquele sono reparador de 9 até 11 horas, a produção de GH declina e a criança pode crescer menos. Crianças sob violento estado de stress - exemplo: separação dos pais - fica angustiada, insegura, tem sono interrompido e, portanto diminui a produção de GH, o que será um fator de menor estatura final.

O GH age no fígado e este produz um outro fator de crescimento chamado de IGF. A falta de IGF, por doença hepática (tipo hepatite C, por exemplo) pode ser causa de menor estatura final. Ambos os hormônios GH e IGF estimulam a cartilagem dos ossos longos a produzir mais "osso novo" com o consequente crescimento da criança.

Vem daí, a ideia de pedir sempre uma radiografia dos ossos das mãos e punhos para avaliar como estão as cartilagens de crescimento e a chamada Idade Óssea. O ideal é ter a idade óssea sempre atrasada em relação à idade cronológica -- criança com 10 anos e idade óssea de 8 anos tem muito chão para crescer.

O oposto, quando a idade óssea está adiantada em relação à idade cronológica, indica menor possibilidade de se atingir a estatura programada.

Testes para avaliar o crescimento

Antes de falar de testes o mais importante para o médico é ter uma ideia de como a criança cresceu durante todos os anos que precede a consulta.

Infelizmente muitas mães e pais não marcam a estatura dos filhos, não vão ao médico da Unidade Básica de Saúde, e não têm um histórico do gráfico de crescimento da criança. Para saber se a criança possui bom nível de produção de GH utilizamos vários testes provocativos. O mais simples é pedir para a criança fazer exercícios, isto é, subir e descer um lance de escada várias vezes por 15 a 20 minutos.

Colhe-se sangue, antes e após o exercício e avalia-se quanto GH foi produzido e liberado. O teste normal indica que não será necessário tratamento com GH. Mas testes anômalos com baixa produção de GH podem ser indicativos da necessidade de administrar este hormônio. Outra recomendação muito importante: a criança deve ser levada ao médico ANTES do início da puberdade (8-10 anos para meninas e meninos).

Os resultados do tratamento para crescer são muito melhores na criança que, ainda, não tem sinais de puberdade.

Por Geraldo Medeiros 06-04-09

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O que é obesidade ?

A forma mais simples de definir a obesidade é a observação visual do ser humano.

Todos sabemos distinguir o indivíduo de peso normal daquele com excesso de peso.


No entanto, no contingente de pessoas gordinhas existem, naturalmente, as que são "muito gordas", as medianamente "robustas", e as que têm excesso de peso. 

Como resolver esta gradação de acúmulo de gordura?

Características clínicas e suas Consequências

Principais Co-morbidades Associadas à Obesidade

 
A equação do Dr. Quetelet
Há muitos anos, o médico francês Dr. Quetelet achou que os diferentes estados da obesidade poderiam ser, matematicamente, definidos pela equação:


Este índice define não só o grau de severidade da OBESIDADE como também o RISCO que o gordinho ou a gordinha está correndo. Claro, quanto mais alto o IMC, maior o risco de complicações sérias e, muitas vezes, fatais

Tabela de Circunferência Abdominal

Indicador de depósito de gordura visceral.

Riscos de co-morbidade aumentam de acordo com a medida

Tabela de Índice de Massa Corporal (MC)



Como se aplica IMC ?

Basta saber qual o seu peso em kg (por exemplo 85 kg) e sua altura em metros(por exemplo: 1,62 m).O primeiro passo é elevar a altura ao quadrado, multiplicando-a por ela mesma(1,62 x 1,62 = 2,624).Em seguida, divide-se o peso (85 kg) por 2,624.O resultado 32,4 kg/m² é o Índice de MassaCorporal para a pessoa em questão. E qual a importância deste índice?
A Organização Mundial de Saúde considerou a OBESIDADE como DOENÇA e decidiu indicar oseu grau de severidade pelo IMC.
Os médicos também classificam o IMC acima de 40 kg/m² de obesidade mórbida, indicando queexiste sério risco de complicações futuras.