quinta-feira, 29 de maio de 2008

Pouco sono, mais obesidade

Um estudo conduzido nos Estados Unidos indica que a média de horas de sono tem decrescido em paralelo com a curva ascendente de obesidade e diabetes. A pesquisa aponta que o americano médio dormia cerca de 8 a 9 horas por noite em 1960 e que este excelente período de repouso noturno decresceu para cerca de 7 horas em 1995. Hoje observa-se que 30% dos adultos (entre 30 e 64 anos) estão com menos de 6 horas de sono por noite, o que tem sido considerado por fisiologistas como totalmente insuficiente para repouso noturno. Médicos que estudaram a relação entre privação de sono e mecanismos metabólicos concluíram que:

-A falta de sono leva a maior resistência à ação de insulina (possível futuro com diabetes).
-A falta de sono induz as células do pâncreas (células beta) a deixarem de produzir mais insulina, quando o corpo já apresenta resistência à insulina.
-A falta de sono faz com que as células adiposas reduzam a produção do hormônio leptina, que é um poderoso indutor central de menor ingestão de alimento.

Estes três aspectos metabólicos são, em seu conjunto, indutores de obesidade.

Vamos esclarecer, de uma forma menos técnica, porque a falta de sono conduz à obesidade. Dormir pouco aumenta a insulina na circulação. Este hormônio responsável pela entrada do açúcar (glicose) no músculo tem ações na célula adiposa. Ele aumenta a geração de gordura a partir do que comemos e impede a queima de gordura quando gastamos energia. As duas ações combinadas levam à obesidade.

Aspectos práticos da pesquisa sobre sono

Como há muito "gasto" de insulina com a privação do sono é evidente que, um dia, o pâncreas cansa e deixa de fabricar insulina de forma adequada, havendo a possibilidade de surgir o diabetes.

Este risco de diabetes aumenta consideravelmente se o obeso é do tipo comedor noturno.
Este tipo obeso é comum no dia-a-dia do endocrinologista e as recentes pesquisas sobre a falta de sono só acrescentam argumentos convincentes de que o obeso deve ter horas de sono adequadas, e desde que necessário sob intervenção medicamentosa.

A equipe de cientistas que estudou o assunto está, agora, ampliando a pesquisa para verificar se o aumento de horas de sono poderá diminuir a curva ascendente de obesos em determinados grupos.
É uma pesquisa interessante e importante tanto em nível individual como populacional.
Por enquanto você deve se prevenir: durma mais, coma menos e mantenha o peso adequado.


Veja OnLine - MAIO 2008