quarta-feira, 21 de maio de 2014

Dia Internacional da Tiróide

25 de maio de 2014
é o 
Dia Internacional da Tiróide


A tiróide como problema de saúde pública

1. Suplementação de iodo a toda população brasileira


O Brasil, desde a época colônia até 1995, sempre teve como problema de saúde pública uma deficiência crônica de iodo, atingindo de forma global os habitantes dos Estados sem acesso ao mar. As várias tentativas de colocar iodo no sal para consumo humano sempre tiveram dificuldades quanto a implementação. Somente em 1995 é que, efetivamente, o Ministério da Saúde pode, graças a leis específicas, fornecer iodo à indústria salineira para que ficasse eliminada a deficiência crônica de iodo. Foi uma enorme conquista, pois o amplo acesso ao iodo, diariamente, é essencial para mulheres grávidas e os filhos que estão em gestação. Além disso, a população infantil necessita de uma correta nutrição em iodo para o desenvolvimento do sistema nervoso central e para o crescimento somático adequado.

2. O rastreamento neonatal das moléstias de tiróide

Outro grande problema de saúde pública é o teste do pezinho. Por determinação das autoridades sanitárias em 2002, foi criado o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Entre as possíveis moléstias que afetariam o recém-nascido, se encontra a falta de função da tiróide do nascituro (hipotireoidismo congênito). Essa deficiência da glândula tiróide atinge cerca de um recém-nascido em cada 2.000 nascidos vivos, sendo, portanto, considerada como afecção congênita mais comum no setor de triagem neonatal. No século XXI, de 2003 aos dias atuais, um considerável progresso foi obtido quanto ao número de crianças recém-nascidas que são triadas. Na região Sul, na região Sudeste e no Centro-oeste do Brasil, cerca de 85% de todos os nascidos vivos, têm a triagem neonatal realizada. Possivelmente, cerca de 10% dos recém-nascidos que não constam desta estatística fazem o teste neonatal em laboratórios particulares. Um dos grandes problemas do Programa Nacional é a grande percentagem de recém-nascidos vivos que não fazem o teste do pezinho, principalmente, nas regiões do Nordeste e a região Norte. Deve se reconhecer, contudo, que nos últimos 3 anos, alguns Estados nordestinos chegaram ao nível de 80% de recém-nascidos triados, o que representa, sem dúvida, um avanço considerável.


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No entanto, uma análise cuidadosa dos números relativos aos dias decorridos desde o nascimento até a efetiva retirada de sangue para o teste do pezinho, notou-se que mais de 60% dos recém-nascidos fizeram o teste inicial a 60 ou mais dias após o nascimento, o que é considerado uma época muito tardia, pois se o nascituro tiver defeito na tiróide, já algum grau de defeito no sistema nervoso central pode ser detectado devido à falta do hormônio tireoidiano.
Em resumo, não basta que haja uma grande campanha para que todas as crianças façam o teste do pezinho como também que este teste seja realizado na primeira semana de vida extrauterina. Esta campanha deve, principalmente, se focar na população feminina jovem para que tenha o conhecimento de que a gravidez implica na responsabilidade de realizar o teste do pezinho, assim que a criança nascer.
 
O Instituto da Tiróide tem realizado experiências piloto no Estado da Bahia, onde foram distribuídos cerca de 900.000 folhetos à população baiana, explicando em termos simples a importância do teste do pezinho, bem como a imperiosa necessidade de realizá-lo na primeira semana de vida. A expectativa é de que, no futuro próximo, possamos estender esta campanha a Pernambuco e Maranhão. (leia o artigo “Teste do pezinho- Informativo para a população Baiana”, publicado 19 de junho)

Um dos exemplos de comunicação visual a ser divulgada a intervalos regulares, durante os programas de televisão, pode ser visto abaixo.