quinta-feira, 19 de abril de 2012

Metade dos brasileiros está acima do peso


O Ministério da Saúde indica que sobrepeso atinge 49% da população e obesidade, 15,8%.

A obesidade e o sobrepeso estão atingindo níveis alarmantes no Brasil, segundo matéria publicada no jornal “O Estado de São Paulo”, de abril de 2012.

Quase metade da população do Brasil (49%) está acima do peso, revela pesquisa do Ministério da Saúde. O trabalho mostra que entre 2006 e 2011 o número de pessoas com sobrepeso aumentou em média 1 ponto percentual por ano. No mesmo período, a parcela de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. !

“O crescimento da obesidade entre a população adulta é preocupante e difícil de se conter”, admitiu o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa. Nos planos do governo para curto prazo a idéia é reduzir o ritmo de crescimento da doença entre adultos e não reverter a tendência.
A dificuldade fica estampada quando se analisam outros dados da pesquisa. No prato do brasileiro sobra gordura e faltam frutas e verduras. Atualmente, apenas 20,2% consomem 5 ou mais porções de frutas e hortaliças por dia. O consumo de carnes com excesso de gordura, no entanto, está presente nos hábitos de 34,6% dos entrevistados. Outros 56,9% dizem consumir leite integral e outros 29,8%, refrigerante, regularmente. Embora tenha representado uma queda 1,6 ponto percentual em 2 anos, 14% da população ainda é sedentária. Além disso, o porcentual de brasileiros que comem feijão, considerado um fator protetor para doenças não transmissíveis, caiu de 71,9% para 69,1 no ano passado.


“Agora é hora de virar o jogo”, disse o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele crê que medidas como acordos com a indústria para redução de sal, a criação de espaços públicos para prática de atividades físicas e programas de saúde nas escolas possam ajudar a conter a tendência. No entanto, não foi comentada a proibição da ANVISA de colocar à disposição da classe médica medicamentos que ajudam o obeso a perder peso.

Dieta. No ritmo atual, em 12 anos o porcentual de obesidade no Brasil será o mesmo que dos EUA. “As novas medidas começaram a ser adotadas ano passado. Os efeitos nas estatísticas não são imediatos”, afirmou Padilha.
Entre as preocupações está a população com menos escolaridade. O trabalho mostra que o grupo com menos estudo tem dieta menos saudável do que a população escolarizada. “Mas o trabalho também indica que a população adere às políticas de prevenção à saúde. Temos de ampliar o acesso e a orientação”, disse o ministro.

Medicamentos para tratamento da obesidade

A ANVISA, em Resolução de dezembro de 2011, suspendeu o Registro de três agentes farmacológicos (remédios) para auxiliar o(a) obeso(a) a perder peso. Tal medida foi tomada contra todas as manifestações de entidades médicas como o Conselho Federal de Medicina, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. Este posicionamento da ANVISA está em total desacordo com a entidade americana para medicamentos (Federal Drug Administration) que não só manteve medicamentos tradicionais, mas veio à publico para anunciar a próxima liberação de dois novos fármacos (remédios) para a obesidade, a saber o QNEXA (fentermina e o topiramato), bem como o CONTRAVE (naltrexona e topiramato). Sem poder auxiliar os obesos com medicação apropriada, dificilmente a população com excesso de peso irá mudar de hábitos alimentares nocivos à saúde. Tampouco sem medicação e perda real de peso sob supervisão médica, o (a) gordinho(a) não irá fazer exercícios diários, considerados hoje como essenciais para perder e manter o peso.

Créditos da Imagem: colros