quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Dieta Mediterrânea é ideal para o Verão

O que vem a ser a Dieta Mediterrânea?

Chama-se Dieta Mediterrânea aquela que é a base nutricional de populações de diferentes etnias, que habitam o litoral de países da bacia do mar Mediterrâneo (Grécia, Itália do Sul, Sicília, Espanha Mediterrânea, Sul de Portugal, e as regiões da França que estão ao sul, no litoral Mediterrâneo). 


Basicamente o que se entende por dieta Mediterrânea é o que foi descrita por um especialista em nutrição humana, Dr. Walter Willet, da Universidade de Harvard, em 1990. 

Esta dieta era tipicamente a base da alimentação dos gregos e dos italianos da região de Nápoles, nos anos 60. O padrão dietético consistia em consumo diário de cereais (trigo, arroz) não refinados, sob forma de pão integral, arroz integral, lentilhas, etc., legumes, saladas, regados a óleo de oliva (principal fonte de gordura). Leite, queijos e iogurte, abundante consumo de peixes e produtos do mar, ocasionalmente, aves e pouca carne vermelha e derivados. Batatas, ovos e doces em proporção limitadas. A dieta Mediterrânea caracteriza-se, igualmente, pelo uso de vinho tinto (1-2 copos por refeição) durante todo o ano, tanto no almoço como no jantar. 

Nesta dieta as gorduras chamadas “saturadas” e consideradas aterogenicas, isto é, capaz de produzir depósitos em placas dentro das artérias, são muito pouco consumidas, predominando as gorduras mono- insaturadas, benéficas à saúde, no sentindo de menor geração de colesterol e derivados. O óleo de oliva, encontrado na mesa de gregos, espanhóis, italianos, portugueses, franceses, além de nutritivo, confere aos legumes, saladas, peixes, etc., um excelente paladar, sendo rico em ácido oléico. Além disso, o uso moderado de vinho tinto adiciona à Dieta Mediterrânea um agente anti oxidante e cardio-protetor chamado resveratrol. Vários estudos metabólicos indicaram que o resveratrol é um agente anti oxidante (prolonga a longevidade), protege contra a possibilidade de câncer (em animais experimentais) decresce o acúmulo de colesterol em placas arteriais e seria um poderoso aliado na possibilidade de moléstias mentais degenerativas como a Doença de Alzheimer. 


Estudos publicados em importantes revistas médicas como “New England Journal of Medicine” e o “British Medical Journal”, em 2008, confirmaram que a Dieta Mediterrânea promove perda de peso em obesos comparável a dietas baixas em carboidratos, ao fim de dois anos de observação. Por outro lado os ingleses indicaram que o uso cotidiano de Dieta do Mediterrâneo reduziu o risco de morte por câncer bem como de doença coronariana. Mais importante ainda houve redução significativa da prevalência de Doença de Parkinson (movimentos incoordenados e involuntários dos membros, com tremor digital) e da Doença de Alzheimer com progressiva deterioração das faculdades mentais. Mais recentemente, os mesmos pesquisadores ingleses demonstraram que os componentes da Dieta do Mediterrâneo estavam associados a menor índice de mortalidade, isto é, teriam ação positiva e significativa na longevidade das pessoas, mantendo qualidade de vida. Outras pesquisas indicaram que o risco de diabetes é reduzido nas populações que fazem uso da Dieta do Mediterrâneo e que o depósito de gordura no fígado (esteatose hepática) tão comum nos obesos masculinos, com ampla “barriga” (obesidade abdominal) seria corrigido pela Dieta tipo Mediterrânea, inclusive com melhora dos índices de alterações hepáticas.



Por que a Dieta do Mediterrâneo é boa para o Verão?

O verão no Brasil é associado, quase sempre, a férias e a maioria da população interiorana migra para o litoral, para as praias, para os “resorts”, à beira mar. É portanto uma oportunidade de deixar de lado a carne vermelha (bovina, suína, caprina), os embutidos, linguiças, salames e mortadelas e passar a ingerir mais peixes e produtos do mar, grelhados ou cozidos, e regados com óleo de oliva. 

Muitos legumes cozidos, saladas em profusão, cereais integrais, queijos e iogurte, azeitonas, algumas nozes e vinho tinto nas refeições principais. Deixar de lado as batatas, frutas, os doces, chocolates, sobremesas super calóricas com montes de creme. Teremos assim um Verão mais gostoso e, sem dúvida, muito mais sadio. 


Dr. Geraldo Medeiros